quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

"Saudades não as quero"



Um poema do nosso Afonso Lopes Vieira, musicado por J. Frederico de Brito, que já aqui lembrei e que recordo novamente, interpretado por Fernanda Maria.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O TROVEIRO ESTETA


MPF

(João Corrêa d' Oliveira, autor dramático e prosador, nascido em 1881, em S. Pedro do Sul, e falecido em 1960, em Esposende, irmão do poeta António Correia de Oliveira, que aqui lembrei.)

sábado, 11 de novembro de 2017

S. MARTINHO

 O Sec.Com.

"Os Santos populares no nosso país são festejados no tempo quente de Verão: Santo António, São João e São Pedro. No Inverno há apenas um, que chega com o frio: São Martinho, que associamos à prova do vinho novo e às castanhas. Martinho nasceu no séc. IV em 316 ou 317 D.C. Terá sido baptizado, por volta do ano 339. São mais de 1600 anos de popularidade. Mas saberemos mesmo quem foi São Martinho?"  (ler+)

E não esqueça... «Castanhas e vinho pelo São Martinho»

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Ai flores, ai flores do verde pino!


1916


2017

"... "O Pinhal de Leiria está sujeito a que aconteça um cataclismo enorme por falta de limpeza e de tratamento, que poderá provocar um incêndio que irá destruir a maior parte do Pinhal de Leiria", avisou Gabriel Roldão, 81 anos, estudioso do Pinhal de Leiria há mais de quatro décadas. 
..."deixou de existir a ação conservadora do Pinhal de Leiria", propriedade do Estado, com 11.080 hectares, dividido em 342 talhões e que tem como espécie principal o pinheiro-bravo. (ler+)
 VERGONHA!
REVOLTA!

Três jovens músicos de Leiria fizeram uma música de homenagem ao Pinhal de Leiria, ardido quase na totalidade no incêndio de dia 15 de outubro
GNK - ADAMASTOR" O TEMA DA REVOLTA PELO PINHAL DE LEIRIA



Uma colossal catástrofe devida, em grande parte, à incúria (e ignorância, diria eu) de sucessivos governos que não zelaram por uma das mais importantes e maiores riquezas naturais do país. Num ápice, ficaram reduzidos a cinzas 7 séculos da nossa História e o maior pulmão do país. Uma verdadeira calamidade ecológica, uma mágoa, uma perda que carrego como a de um ente querido. Muitas vezes, ao verificar o abandono e falta de limpeza da mata, me acudia à lembrança a tragédia de mais um fogo, mas, era tão horrível só de pensar, que logo atirava fora com esse pesadelo. Afinal, o pesadelo tornou-se realidade...  
Agora é tempo de plantar outro Pinhal do Rei, já que a República não tomou boa conta daquele que herdámos! É certo que grande parte não é recuperável, que o Pinhal do Rei não voltará a ser o que era, mas esperemos que, pelo menos, se proceda brevemente a uma genuína reflorestação da área ardida...
Enquanto esperamos, relembremos, nas palavras de Afonso Lopes Vieira, o que era
"O Pinhal do Rey"

Catedral verde e sussurrante, aonde 
a luz se ameiga e se esconde 
e aonde, ecoando a cantar, 
se alonga e se prolonga a longa voz do mar: 
ditoso o "Lavrador" que a seu contento 
por suas mãos semeou este jardim; 
ditoso o Poeta que lançou ao vento 
esta canção sem fim...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido, 
que vedes no mar? 
Ai flores, ai flores do Pinhal florido, 
rei D. Dinis, bom poeta e mau marido, 
lá vem as velidas bailar e cantar. 


Encantado jardim da minha infância, 
aonde a minh'alma aprendeu 
a música do Longe e o ritmo da Distância 
que a tua voz marítima lhe deu; 
místico órgão cujo além se esfuma 
no além do Oceano, e onde a maresia 
ameiga e dissolve em bruma, 
e em penumbra de nave, a luz do dia. 
Por estes fundos claustros gemem 
os ais do Velho do Restelo... 
Mas tu debruças-te no mar e, ao vê-lo, 
teus velhos troncos de saudades fremem...

Ai flores, ai flores do Pinhal louvado, 
que vedes no mar? 
Ai flores, ai flores do Pinhal louvado, 
são as caravelas, teu corpo cortado, 
é lo verde pino no mar a boiar.

Pinhal de heróicas árvores tão belas, 
foi do teu corpo e da tua alma também 
que nasceram as nossas caravelas 
ansiosas de todo o Além; 
foste tu que lhe deste a tua carne em flor 
e sobre os mares andaste navegando, 
rodeando a terra e olhando os novos astros, 
ó gótico Pinhal navegador, 
em naus, erguida, levando 
tua alma em flor na ponta alta dos mastros!...

Ai flores, ai flores do Pinhal florido, 
que vedes no mar? 
Ai flores, ai flores do Pinhal florido, 
que grande saudade, que longo gemido 
ondeia nos ramos, suspira no ar!

Na sussurrante e verde catedral 
oiço rezar a alma de Portugal: 
ela aí vem, dorida, e nos seus olhos 
sonâmbulos de surda ansiedade, 
no roxo da tardinha, 
abre a flor da Saudade; 
ela aí vem, sozinha, 
dorida do naufrágio e dos escolhos,
viúva de seus bens 
e pálida de amor, 
arribada de todos os aléns 
de este mundo de dor; 
ela aí vem, sozinha, 
e reza a ladainha 
na sussurrante catedral aonde 
toda se espalha e esconde, 
e aonde, ecoando a cantar, 
se alonga e se prolonga a longa voz do mar...

(In "Ilhas de Bruma")

domingo, 8 de outubro de 2017

Carta da Aldeia


Do tempo em que se escrevia cartas...
Um poema de Marques da Cruz, musicado por Coutinho d'Oliveira e interpretado por António Menano.



Pode ainda ouvir o mesmo tema interpretado por Menano, mas acompanhado ao piano,

ou interpretado por Lomelino Silva, o "Caruso português",



quinta-feira, 5 de outubro de 2017

D. JOSÉ DE ATHAYDE



D.L.55

D.L. 68

"José Carlos Franco da Silva de Athayde (Leiria, 5 de outubro de 1934 — Lisboa, 15 de junho de 2017) foi um equitador e cavaleiro tauromáquico português. ..." (ler+)

D.L.60


"José d’Athayde

Uma Lenda Viva da Cultura Equestre Portuguesa" (ler+)

domingo, 24 de setembro de 2017

O monólogo do Vaqueiro


I.P.

(eu diria mesmo mais: ...nas cenas portuguesas há muita necessidade de quem discorra, ah, pois há!...)

terça-feira, 19 de setembro de 2017

À minha amada, na praia - O BEIJO


«Deve compreender-se que se estou empregando a palavra lied, o não faço senão porque esta palavra exprime, em arte musical, o mais íntimo, o mais patético e intenso dos generos – termo intraduzivel a que não correspondem nas outras linguagens as palavras canção ou cantiga, romanza ou ária. Foi por isso que na capa dêste caderno houve o cuidado de imprimir a palavra lieder, indicando que se trata da fórma de arte que de tres elementos intimamente ligados se compõe: – a poesia, o canto e o acompanhamento de piano, criando estes tres elementos um conjunto indissoluvel». Poesias de Affonso Lopes Vieira. Música de Ruy Coelho

(ouça aqui)



O BEIJO
Música: Ruy Coelho (1892-1986)
Letra: Afonso Lopes Vieira (1878-1946)
Incipit: À minha amada, na praia
Origem: Lisboa
Data: 1917

À minha amada, na praia
Dei um beijo, a sós e a medo;
Mas a onda que desmaia
Foi contar o meu segredo.

E às outras logo contando
O beijo que me viu dar,
Foi de onda em onda passando
O meu segredo, a cantar.

Treme ansioso o teu seio,
E eu, pálido de temor:
Que todo o mar anda cheio
Daquele beijo de amor!

Cantam-se as estrofes de seguida sem repetir verso algum.
Esquema do Acompanhamento:
1º Dístico: Lá M, Dó# m, Ré M 2ª Lá, Lá M;
2º Dístico: Ré M, 2ª Si, Si m 2ª Lá, Lá M.

Informação complementar:
A música deste lied tem sido indevidamente atribuída a António Menano, mas é de Ruy Coelho (1892-1986), compositor nacionalista, posicionado na esteira dos contributos teóricos de Teófilo Braga, César das Neves, Rey Colaço, Antero da Veiga, Raul Lino e Afonso Lopes Vieira. As posteriores ligações ao ideário salazarista não lhe grangearam boa fama junto das elites triunfantes após 1974.
Lied gravado em Maio de 1927 pelo barítono profissional activo em Lisboa Edgar Duarte de Almeida, com acompanhamento de piano (Disco Columbia, 8108, master P 168); no disco vem correctamente o nome de Afonso Lopes Vieira, como autor da letra, e de Ruy Coelho, como autor da música. No verso do dito disco vem um outro lied, intitulado O Fado (Quem te deu tanta tristeza), letra de António Botto, música de Nicolau de Albuquerque.
António Menano gravou esta bela ária em 1927, em Paris (Discos ODEON, 136810 e A 136810, master Og 577), cantando-a em Lá Maior. Posteriormente, em 1986, foi reeditada em LP, no II Volume do álbum duplo, sob o título Fados de Coimbra de António Menano. Em Setembro de 1996 a EMI-Valentim de Carvalho editou o 3º CD sobre António Menano, sub-título Canções, que inclui O BEIJO.
A letra de Afonso Lopes Vieira encontra-se a págs. 266 e 267 do livro Os Versos de Afonso Lopes Vieira, “Cancioneiro III, Canções de Amor e Saudade”. A letra que se apresenta é a cantada por António Menano e é ligeiramente diferente da que consta no dito livro, cujo 4º verso é “Descobriu o meu segredo” (em vez de “Foi contar”). A composição remonta a 1917, tendo sido publicada em 1918 pelo autor num raro livreto, intitulado “Canções de Saudade e Amor”.
Gravado por António Bernardino em 1966, acompanhado à guitarra por António Portugal e Manuel Borralho e, à viola, por Rui Pato (EP Alvorada, AEP 60817); no disco a autoria é atribuída a António Menano. O arranjo de acompanhamento concebido por Portugal é digno de referência. Bernardino interpreta este lied em Mi Maior e procede a estropiamentos da letra (4º verso da 1ª quadra, 2º verso da 2ª quadra e 3º verso da 3ª quadra). Disponível em long play pela Rádio Triunfo, em 1985 (LP AQUILA AQU 02-49, sob o título genérico Vários – Fados de Coimbra), que também dá a autoria da música a António Menano. Disponível em compact disc: CD Fados de Coimbra – N.º 45/O Melhor dos Melhores, Movieplay, MM 37.045, editado em 1994; CD Serenata Monumental, Lisboa, Movieplay, MOV 30. 487, ano de 2003, CD 2, faixa nº 11, com identificação correcta de autorias.
Gravado pelo Grupo Académico Serenata (do Porto), com Victor Silva no canto, Engº. Cunha Pereira e Jorge Carvalho nas guitarras e Dr. Carlos Teixeira e Arnaldo Brito nas violas, editado pela Movieplay em 1986 (LP ORFEU LPP 44, sob o título Fados de Coimbra – Grupo Académico Serenata), que também indevidamente atribui a música a António Menano.
Gravado em cassete pelo Grupo de Fados de Coimbra Toada Coimbrã, Movieplay, ano de 1992.
Gravado em compact disc por Carlos Pedro: CD Alma Mater – Grupo de Fados de Coimbra, Secção de Fado/AAC, CD-SF 005, ano de 1995, Faixa Nº 5, acompanhado por Pedro Anastácio/Nuno Cadete (gg) e António Paulo (v). Neste registo, Carlos Pedro segue a matriz fonográfica de António Menano e no 3º verso da 3ª quadra introduz um “de”: «Que [de]todo o mar anda cheio». A autoria é erradamente atribuída a António Menano.
(daqui, sublinhados meus)

domingo, 17 de setembro de 2017

A Princesa e o Corvo,






um frente a frente que já faz histórias no centro urbano...
O corvo é de Leiria, mas também de Lisboa; a princesa, é do Fado! :)