Cron.Fem.1973
Adelaide Félix (Santarém 1892 - Lisboa 1971) licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e estagiou na Alemanha, país que visitava regularmente.
Publica o seu primeiro romance "Hora de instinto" em 1919 a que se segue, em 1921, uma colectânea de contos "Miragens Torvas".
Foi Teófilo Braga, seu mestre de Literatura, quem a incentivou a seguir a vida literária, tendo-lhe prefaciado um ensaio - "Shakespeare e o Othelo".
Exerceu funções docentes no Liceu D. Filipa de Lencastre, em Lisboa e foi também professora no Liceu de Leiria, tal como a própria afirma no "Roteiro de viagens feitas no mar tormentoso das letras por gentes de Leiria e seu termo", conferência que pronunciou na noite de 22.03.1944, na Casa do Distrito de Leiria, em Lisboa, "É ainda de Rodrigues Lobo, o liceu onde orgulhosamente eu servi..."
É também com muito orgulho que aqui confesso que o meu interesse por esta notável mulher de Letras é, para além de académico, do foro pessoal, uma vez que a conheci pessoalmente, diria, familiarmente, e dela guardo agradáveis memórias da minha infância e juventude.
Da sua considerável bibliografia, destacaria hoje o sobremencionado "Roteiro...",
uma vez que, encontrei, num "O Occidente" de 1911, um interessante apontamento acerca de um dos notáveis leirienses a que Adelaide Félix se referiu nessa sua alocução - o poeta José Daniel Rodrigues da Costa, o José Daniel do
Almocreve de petas, que pertenceu à Nova Arcádia, onde usou o nome de "Josino Leiriense".
"Surriada a Massena em Portugal", uma pateada que tanto calça Massena como igualmente bem veste qualquer actual "...Alteza que tem / caracter de ambicioso / a todos se torna odioso: / pois é por intenções más / no que diz e no que faz / Um ladrão facinoroso"... Ora leiam
O Occidente 1911