quarta-feira, 25 de abril de 2018

Ai, Lereno!

Ilust.

Porém, a exaltação da língua portuguesa sobressai como evidente manifestação de resistência à castelhanização forçada num tempo de  domínio filipino em Portugal, como resposta a um sentimento de inconformismo perante a perda oficial do idioma pátrio:

"E verdadeiramente que não tenho a nossa língua por grosseira nem por bons os argumentos com que alguns querem provar que é essa; antes é branda para deleitar, grave para engrandecer, eficaz para mover, doce para pronunciar, breve para resolver e acomodada às matérias mais importantes da prática e escritura.

Para falar, é engraçada, com um modo senhoril; para cantar, é suave, com um certo sentimento que favorece a música; para pregar , é substanciosa, com uma gravidade que autoriza as razões e as sentenças; para escrever cartas, nem tem infinita cópia que dane, nem brevidade estéril que a limite; para histórias, nem é tão florida que se derrame, nem tão seca que busque o favor das alheias.

A pronunciação não obriga a ferir o céu da boca com aspereza, nem a arrancar as palavras com veemência do gargalo.

Escreve-se da maneira que se lê, e assim se fala.

Tem de todas as línguas o melhor: a pronunciação da latina, a origem da grega, a familiaridade da castelhana, a brandura da francesa, a elegância da italiana. Tem mais adágios e sentenças que todas as vulgares, em fé de sua antiguidade. E, se à língua hebreia, pela honestidade das palavras, chamaram santa, certo que não sei eu outra que tanto fuja de palavras claras em matéria descomposta, quanto a nossa. E, para que diga tudo, um só mal tem, e é que, pelo pouco que lhe querem seus naturais, a trazem mais remendada que capa de pedinte!"
(In Corte na Aldeia)

                        Soneto

Mil anos há que busco a minha estrela
E os Fados dizem que ma têm guardada;
Levantei-me de noite e madrugada,
Por mais que madruguei, não pude vê-la.

Já não espero haver alcance dela
Senão depois da vida rematada,
Que deve estar nos céus tão remontada
Que só lá poderei gozá-la e tê-la.

Pensamentos, desejos, esperança,
Não vos canseis em vão, não movais guerra,
Façamos entre os mais uma mudança:

Para me procurar vida segura
Deixemos tudo aquilo que há na terra,
Vamos para onde temos a ventura. 


Rodrigues Lobo por José Hermano Saraiva


sábado, 21 de abril de 2018

SOUSA LOPES



Ilust.27


Pintor e desenhador português, natural de Vidigal, lugar da Freguesia de Pousos, Concelho de Leiria, ... (ler+)


Ilust.26

sábado, 14 de abril de 2018

MIGUEL FRANCO



"O centenário do nascimento de Miguel Franco vai ser assinalado em Leiria com um programa comemorativo, com início dia 14 de abril, no Teatro Miguel Franco, em que será prestada homenagem a uma das principais figuras de Leiria na área da cultura.

A cerimónia tem início às 15:30, com a participação de Maria João Franco, filha do homenageado, ..." (ler+)