quinta-feira, 23 de outubro de 2025

LABORINHO LÚCIO



Exp. 31.12.2009

"Na apresentação de um relatório do Sistema Nacional de Integridade (SNI) sobre corrupção em Portugal, Laborinho Lúcio referiu nesta segunda-feira que “é necessário que a Assembleia da República compreenda que é aí que é preciso um pacto”. Para aplicar essa estratégia avançou a possibilidade de ser criado um órgão, indicando que as organizações que já existem podem ser aproveitadas para esta nova entidade. 

Aos partidos, acrescentou, cabe serem “exigentes na qualidade dos seus elementos” para prevenir “a montante” os casos de corrupção com eleitos, em vez de se estar a agir “a jusante, punindo as más escolhas”. “A credibilidade da classe política está aí, na escolha”, argumentou.
... ... ..."

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"A credibilidade da classe política está na escolha"
Sem dúvida!... Abstencionistas: 41,93% 
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Natural da Nazaré, onde nasceu a 1 de Dezembro de 1941, o Juiz Conselheiro Laborinho Lúcio não é apenas Brilhante de nome... É mais um dos notáveis da nossa região que aqui lembro, não tanto pela sua brilhante carreira, mas pelo facto que dele mais me aproxima - as memórias da "minha" praia de infância e juventude onde, durante algumas épocas, habitei muito pertíssimo da Farmácia Laborinho.

Publ.2025

J.N.2025

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Lembrar Bocage, esquecendo-o...

 

D.L.

Magro, de Olhos azuis, Carão Moreno

Magro, de olhos azuis, carão moreno,

Bem servido de pés, meão na altura,

Triste de facha, o mesmo de figura,

Nariz alto no meio, e não pequeno; /

Incapaz de assistir num só terreno,

Mais propenso ao furor do que à ternura,

Bebendo em níveas mãos por taça escura

De zelos infernais letal veneno; /

Devoto incensador de mil deidades

(Digo, de moças mil) num só momento,

E somente no altar amando os frades; /

Eis Bocage, em quem luz algum talento;

Saíram dele mesmo estas verdades

Num dia em que se achou mais pachorrento.

( in Rimas)


O Leão e o Porco

O rei dos animais, o rugidor leão,

Com o porco engraçou, não sei por que razão.

Quis empregá-lo bem para tirar-lhe a sorna

(A quem torpe nasceu nenhum enfeite adorna):

Deu-lhe alta dignidade, e rendas competentes,

Poder de despachar os brutos pretendentes,

De reprimir os maus, fazer aos bons justiça,

E assim cuidou vencer-lhe a natural preguiça;

Mas em vão, porque o porco é bom só para assar,

E a sua ocupação dormir, comer, fossar.

Notando-lhe a ignorância, o desmazelo, a incúria,

Soltavam contra ele injúria sobre injúria

Os outros animais, dizendo-lhe com ira:

«Ora o que o berço dá, somente a cova o tira!»

E ele, apenas grunhindo a vilipêndios tais,

Ficava muito enxuto. Atenção nisto, ó pais!

Dos filhos para o génio olhai com madureza;

Não há poder algum que mude a natureza:

Um porco há-de ser porco, inda que o rei dos bichos

O faça cortesão pelos seus vãos caprichos.

( in Fábulas )