D.L.
Tio-avô de Afonso Lopes Vieira, Rodrigues Cordeiro, que já aqui lembrei e a quem pertencia a valiosíssima biblioteca que Afonso Lopes Vieira dele herdou e ofereceu à cidade de Leiria, foi uma figura de relevo na política e na literatura; deputado em Lisboa por duas vezes, dele se conta este interessante episódio.
Figura de enorme destaque, no seu tempo, António Xavier Rodrigues Cordeiro, é, hoje, um quase desconhecido, já o sendo mesmo na época em que Afonso Lopes Vieira concedeu esta entrevista, dada à estampa há precisamente 74 anos. Ora, esta entrevista vem lembrar-nos a intenção que subjazia ao legado que então o Poeta fazia, vertida nas suas próprias palavras: "Com essa singela oferta quero recordar e louvar a memória do meu tio-avô Rodrigues Cordeiro, que foi na roda de Castilho um dos poetas mais célebres do seu tempo, embora esquecido hoje, como, de resto, toda a gente dessa época."
Seria, pois, intenção do Poeta que, através daquele espólio, se perpetuasse a memória do seu tio avô, de quem o recebera. Parece-me, porém, que não se alcançou tal propósito; de facto, grande parte das pessoas, mesmo das que frequentam a Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, desconhece até o nome daquele que, através do seu sobrinho neto, nos brindou com parte de tão raro e valioso património; com efeito, sendo três os nomes dos principais doadores, apenas dois constam do texto oficial em que se conta a história da nossa Biblioteca...
Será que, deste modo, não fica por cumprir o desejo do Poeta?...
Sabe o que lhe digo, Ofélia?
ResponderEliminarFalta de rigor na formação dos quadros que enformam algumas instituições. É no que dá.
E a história é para se lembrar. Insistir e conseguir ser convincente.
Bom fim de semana.
ps.: cá ando às voltas com Acácio de Paiva ( e os entrelaçamentos da sua vida literária...na medida do possível)
Desconhecia, de facto...
ResponderEliminarSomos um povo (quase) sem memória. Uma pena!
Vou fazer esta referência no livro que estou a escrever...
ResponderEliminarAbraço